A foto ao lado, é uma tomada da praça Victorei de um dos edifícios mais interessantes de Timisoara, Romênia. Em primeiro plano, uma réplica da loba amamentando Rômulo e Remo. A Romênia sente-se, de certa forma, herdeira do grande império.
Timisoara, Timeswar
Nunca imaginei estar em algun dia em Timisoara, nem sequer ouvira falar de tal cidade. Da Romênia, apenas algumas lembranças, todas elas relacionadas ao período em que o país foi governado (com mão de ferro) por Nicolae Ceausescu, no período da guerra fria e da dominação militar da União Soviética.
Pouco se falava da Romênia que era tida como um estado comunista que buscava uma posição mais independente da centralização soviética. Cheguei a pensar em estudar química lá, tendo ido uma ou duas vezes ao seu consulado, no Rio de Janeiro, em uma pequena rua com o nome do país, no bairro do Cosme Velho, onde fui recebido de forma simpática pelos funcionários, um pouco surpresos com o interesse de um estudante brasileiro sobre o seu país. Ganhei umas publicações e a revista România e o meu interesse pelo país ficou mais ou menos por aí, restando apenas a estranha sensação de um país de língua românica.
Pois bem, eis que em 2010 fui à Romênia para participar de um congresso sobre a Internet. O Congresso, realizado na cidade de Timisoara, organizado pela IADIS, ocorreu na Universidade Tecnológica de Timisoara. Foi um bom evento, simples, bem organizado, no qual durante quatro dias se discutiram assuntos bem relacionados com as perspectivas futuras da Internet, na educação, medicina, negócios etc.
A Chegada
Aterrissamos no aeroporto da cidade por volta da meia-noite em um vôo proveniente de Munique. Fazia frio, estava escuro. Enfrentamos a fila da imigração, onde, mais uma vez o funcionário nos perguntou por que motivo o carimbo da Polícia Federal do Brasil era pouco perceptível. Tomamos um taxi, com um certo medo, pois muitas pessoas avisaram para ter cuidado, pois, afinal éramos estranhos em uma terra estranha.
Um longo caminho até o Hotel Central, em uma cidade deserta, com um motorista de taxi bastante orgulhoso da iminente entrada na Comunidade Européia de Nações. Inocentes, mal sabem que essa entrada será precedida por uma alta geral dos preços e desemprego, como modelo do receituário recomendado pelos luminares neoliberais que, a despeito da crise americana, receitam-nos como condição sine qua non para sanear o país, preparando-o para o paraíso do Kapital.
Chegamos no hotel, calor...o aquecimento estava à toda, o que para nós indicava frio extremo na cidade. Fez frio, é verdade, mas não de forma absolutamente insuportável para brasileiros vindos do calor do Rio de Janeiro. Estranhamos a insistência do recepcionista em ficar com os passaportes, de qualquer forma o passaporte ficou conosco...
O quarto do hotel recendia a tabaco. Parecia que tinha havido um encontro de fumantes invetereados naquele quarto. Depois descobrimos que fuma-se muito na Romênia. Todos fumam em todos os lugares. Ainda não existe essa história do 'é proibido fumar...' Fuma-se na hora do café da manhã, no restaurante...
Como caracterizar a decoração do hotel (esqueci de tirar fotos...) Algo como anos 60, um linóleo recobre parte da parede, para evitar que a cama danifique a parede. A mesa e o chão recobertas com um material marrom lembrando madeira. Cortinas grossas, reforçam o odor do cigarro e dão um clima meio triste, meio soturno ao ambiente. Um frigobar totalmente vazio, nem mesmo água. Fomos dormir...o que nos reserva o dia de amanhã?
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